sexta-feira, 4 de janeiro de 2019


A história de vida de um copo, vista pelo próprio.


Olá. Eu sou o copo da Diana. Classificam-me como M8. Cada letra é um conjunto de nove copos. A Diana fez copos até ao M8. Ou seja, sou o último copo que ela fez.
Vou mostrar o significado do meu nome:
M8
Pertenço ao conjunto M Sou o 8º do meu conjunto

Ainda me lembro como nasci.
Aquelas mãos suaves a formatarem-me!
A sua delicadeza e esforço!
Sem parar!
Incrível!
Quando abri os olhos, foi uma visão fascinante!

Aqui estive, estou e serei feliz.” Digo isto todos os dias, quando acordo, quando sou usado e quando chega a noite.

Noutro dia, soube da Lenda. É uma lenda temida entre os copos. É o resto das ruínas da memória do O e do A1, que fugiram...

Ao fim e ao cabo...só quero ser feliz!

Mike Xyzhsao







Eu sou um copo e fui fabricado para beberem de mim. Vim de uma fábrica de copos de vinho, feitos de cristal. A coisa de que mais gosto é estar sempre limpo. Afinal, sou um copo fino, a minha marca é Nisbets!
Fui feito a partir de dois copos esmagados e reconstruídos de quatro formas diferentes. Afinal, sou um copo reciclado!
Na festa deste final de ano, todos os copos festejaram e eu fui para um restaurante, dum cruzeiro. Fui servido aos senhores que pediam vinho tinto. Mas, quando ia para a cozinha, um empregado deixou-me cair e eu parti-me em mil pedaços. Depois, fui para a fábrica, reconstruiram-me e, quando olhei para o meu reflexo...vi um simples copo de água!

Salva Nube





O triste copo

Sou um copo de cristal. Fui criado a partir da areia, na empresa Wolff. Tenho 12 anos e pertenço a um famoso colecionador de copos. Sou uma peça muito detalhada, bonita e elegante. Tenho uma textura suave, um brilho extremo e uma transparência fora do comum. Os outros copos dizem que sou muito bonita, uma obra-prima, por isso sou objeto de colecionador.
Mas, eu não queria ser assim, eu só queria ser como os outros copos. Sonho com o dia em que serei posta na mesa ou na máquina da louça. Ah! Sentir a esponja tocar-me no vidro!
Não posso, pois sou muito frágil. Por isso, fico fechada numa estante e só saio quando a senhora da limpeza tem de a limpar. Esse é o meu momento supremo de liberdade. E os únicos momentos em que um ser humano me toca.
Como eu queria sentir os lábios da dona da casa a deixar o seu batom vermelho vívido no meu vidro macio e delicado, enquanto bebia de mim!
Mas estou a fazer uma tempestade num copo de água, pois é meu destino ficar aqui para a eternidade.


Arruna Silva

Um poema inspirado em pedacinhos de outros.



A Garça cor-de-rosa


Era uma vez uma menina

Loura e doce como um bolo!

À hora em que a Estrela d’Alva

Esmorece,

Desenha nas paredes do seu andar.

-Safa! Aqui não podes desenhar!

E mandaram-na parar.

Anos tinha dez,

Pintora se iria tornar,

Mas tiraram da parede

A linda garça cor-de-rosa

Que estava prestes a voar.

SS
Quase a chegar ao Natal, inventámos novas receitas para saborear com a família e os amigos.




Delícia de ânsia
Ingredientes
- 1 pitada de bonecos de neve.
- 1 mão cheia de neve.
- 1 mão cheia de lareiras.
- Solidariedade a gosto.
- 500 gr de luz.
- Família, amor e felicidade q.b.
- 1 tupperware de presentes.
- 1 postal.
- Solidariedade e ânsia.

Modo de preparação
1 - Unte a forma com o postal.
2 - Corte o conforto e ânsia, de seguida coloque-os na forma.
3 - Misture durante 5 minutos; no 1º minuto adicione o tupperware de presentes; no 3º minuto junte 
     200 gramas de luz; no 4º minuto faça o mesmo que no 3º.
4 - Numa taça, junte a luz restante com a solidariedade; mexa até a luz dar uma ligeira sensação de
     amor e solidariedade.
5 - Junte, noutra taça, a neve e o boneco de neve.
6 - Derrame uma taça sobre a outra; junte as lareiras.
7 - Derrame a taça sobre a forma. Junte o azevinho, a família, o amor e a felicidade. Derrame a
      junção sobre a forma.
8 - Misture os ingredientes na forma.
9 - Leve ao forno 1h.
10 - Saboreie a seu cozinhado.

Sugestão
Quanto mais ânsia, melhor sabe o cozinhado!

Mike Xyzhsao






Bolo Risonho

Ingredientes:
- 1 kg de família
- 1 dose de gargalhadas
- 700 gr. de conforto
- 1 chávena de festa
- Amizade q.b.
- 1 mão cheia de entusiasmo
- 1 pitada de calor
-  Solidariedade a gosto

Modo de preparação
1º- Junte 1 kg de família com 700 gr. de conforto e deixe levedar.
2º- Misture 1 dose de gargalhadas e 1 mão cheia de entusiasmo.
3º- Prepare devidamente a festa e adicione um pouco de amizade.
4º- Junte a mistura da família com o conforto com as gargalhadas e entusiasmo, para tornar o
      preparado mais interessante.
5º- Misture o resto dos ingredientes.
6º- Leve ao forno até ele se rir.
7º- Sirva com solidariedade.

Sugestões: Sirva este prato a quem mais gosta.
Quanto mais solidariedade melhor!

SS
2018/2019


Mais um ano a encantarmo-nos com as palavras!

Eis o resultado inicial, ainda a tentarmos descobrir como brincar com a imaginação:




Um bloqueado cantou uma carta maravilhosa, criou um enxame com um lápis colorido e um cubo rigoroso.
O Luís salva uma alcateia e uma grande manada. Ele sabe apreciá-los em silêncio, rigorosamente.
Mónica Dentinho


Um cantor brincalhão aprecia a maravilhosa alcateia.
É bonito o enxame rigoroso que vou criar com um lápis magnífico.
Um pano bonito ganhou vida e a manada, que sabe que é forte, move-se como um cubo mágico.
Salva Nube


O meu brilhante Luís criou um enxame que aprecia panos rigorosos e cubos bonitos.
Mike Xyzhsao


Escrevi uma carta maravilhosa ao Luís para lhe agradecer por cuidar da manada do Salva e pedir-lhe uns panos magníficos.
Arruna Silva


O meu brilhante Luís cria uma carta carinhosa com um lápis magnífico. Ele estava bloqueado, mas agora faz poemas.
DV

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Ontem, no Conservatório de Música de Coimbra, os nossos escritores brilharam com as palavras que percorremos ao longo deste ano letivo. Ei-las!




CHUVA

Quando a chuva sopra no teu rosto
Quando a chuva sopra no meu rosto
Quando a chuva sopra no nosso rosto

Eis que o sol aparece
Forma-se um arco-íris
E alegre fica o dia


Eu…

Alguém que nasce em mim involuntariamente
Alguém que muda
Alguém que se esconde
Eu…
Alguém que chora, alguém que ri
Por vezes grita, por vezes sorri
Eu…
Alma curiosa que sangra
Rei de nada, escravo de tudo.
Oceano de pensamentos
Eu…
O que me domina e não posso controlar
Alguém que está comigo e não posso afastar

Eu, um eu desconhecido pelo meu eu
Eu, o eco do tempo que perdura


UM EVENTO FANTÁSTICO

No fim desta manhã solarenga, ocorreu, no Mosteiro de Celas, recentemente reconstruído com uma arquitetura semelhante à do café Santa Cruz, um evento para o qual todos os conimbricenses foram convidados.
Tratou-se de uma «aula» onde se pôde descobrir ou saber mais sobre diversas culturas. No atual Mosteiro compareceu o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Esta atividade correu como o esperado pelo Conde Galamba de Celas, que teve a ideia de festejar a inauguração do Mosteiro em simultâneo com a celebração das diferentes culturas, por causa da recente imigração de muitas pessoas para Coimbra.
O evento mostrou diferentes culturas, como a brasileira, a chinesa, a francesa, a ucraniana e a romena.
Pelo que sabemos, aconteceu, no final, um almoço entre o Conde, o Presidente da República e outras pessoas importantes do governo, que também estiveram no Mosteiro.


 DEGRAU A DEGRAU

Dó -  Aprender a crescer
         Procurar amigos
Ré -  Aprender a crescer
         Os “amigos” a partir
Mi -  Aprender a crescer
         Aceitar as derrotas
Fá -  Aprender a crescer
         Parar, cair e chorar
Sol -  Aprender a crescer
         Pensar e interiorizar
Lá - Aprender a crescer
       Esforçar-se, acreditar, ultrapassar
Si -  Aprender a crescer
       Encontrar as vitórias
Dó - Aprender a crescer
        Amar, amar, amar…


GELADO UNIVERSAL

Ingredientes
• 1 mão cheia de vestuário colorido da Índia
• 1 mão cheia de ritmos sonantes de África
• 1 mão cheia de pinturas inovadoras da Europa
• 1 mão cheia de livros cativantes do mundo
• 1 pitada de essência de vida
• energia q.b.
• top de conversa animada
•molho natural de amizade ilimitada

Modo de preparação
Numa taça, misture, em quantidades relativamente iguais – dependendo do seu estado de espírito -, uma mão cheia de vestuário colorido da Índia, uma mão cheia de ritmos sonantes de África, uma mão cheia de pinturas inovadoras da Europa e uma mão cheia de livros cativantes do mundo.
Numa batedeira, coloque o preparado e deixe mexer durante 3 minutos.
Quando obtiver uma massa espessa, adicione 1 pitada de essência de vida e energia q.b. Envolva, suavemente, até formar um todo homogéneo e leve.
Deite o produto numa taça mágica e guarde no congelador durante 7 horas.
Imediatamente antes de servir, regue com top de amizade ilimitada e sirva o gelado com molho natural de conversa animada.
Delicie-se!


VIAGEM

Ouve-me, amigo,
deixa-me explicar-te.
A vida é uma viagem.
Somos os autores do nosso texto,
os pintores da nossa paisagem.

Um desenrolar de ocasiões.
Um rio de emoções e sensações.
A vida,
Bela demais para ser desperdiçada.
O caminho  que queremos,
obstáculos e contratempos.
O  sexto sentido escondido.

Vou procurar-me
nas lágrimas do mar,
nos sorrisos do Sol…

“Palpar” o coração
“Apreciar” a imaginação


O VENTO

Perguntei ao vento
Onde foi encontrar
Maravilhosas viagens
Terras, costumes, paisagens

Perguntei ao vento
Onde foi encontrar
As especiarias dos meus desenhos
As cores dos meus pratos
Os cheiros dos meus sonhos
A história dos meus dias
A viagem da minha vida
desconhecida

Perguntei ao vento
Onde foi encontrar
Os meus companheiros
Uma vez perdidos
Uma vez sentidos
Uma vez feridos.
Os meus sentimentos
Uma vez deixados
Uma vez curados
 Por uma brisa sem fim...

Perguntei ao vento
Onde foi encontrar
A saudade de estar

Perguntei ao vento …
O que ele respondeu
Deixo-vos a pensar,
Para, numa próxima vez,
Serem vocês a perguntar.


PALAVRAS BRANDAS

Ele insulta, Ela abraça,
Ele grita, Ela sorri,
Ele magoa, Ela ama,
Ele acorrenta, Ela liberta,
Ele mata, Ela salva,
Ele separa, Ela une,
Ele morre, Ela nasce,
Ele, o Preconceito.
Ela, a Humildade.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Outros escritos



Saudade
Que saudade tenho de nascer,
Nascer noutro mundo e no corpo de outro ser.

Que saudade tenho de viver,
Viver viajando mais longe do que alguém pode ver.

Que saudade tenho de mim,
De voltar ao momento em que vivi.

Rosa Nina



 Outono


Outono, outono seco
Estás pr’aí a ventar
Com ventos a soprar.

Outono, outono com pássaros
A cantar com o som do palrar,
Um beijo no ninho dar.

fRubicat



O olhar

O olhar
é o que me faz
imaginar,
viver,
cantar…

Quando subo
mais alto e
vejo a
água a cair,
quando eu subo
mais alto
lá em cima
na montanha
é como se as
nuvens me
aconchegassem
numa cama de
mantas brancas.

Amar é beijar
o nosso próprio
mundo,
beijar a nossa
própria essência.

Andar descalço
com pés de areia
mar nos pés
beleza na vida.

Dormir aconchegada
nos lençóis,
dormir feliz e a sonhar,
a imaginar, pensar.

fRubicat



Nem sempre quero um arco-íris

Nem sempre quero um arco-íris
Às vezes, basta-me
O simples brilho da lua
Às vezes, basta-me
O simples brilho de um olhar.

Às vezes,
De vez em quando,
Apetece-me olhar e pensar
Nas pessoas que amo,
Nas que me fazem
Chorar…

fRubicat



Dizem…
Dizem que as árvores não falam.
Mas expressam-se melhor do que nós.

Dizem que as árvores não ouvem.
Mas entendem melhor do que ninguém.

Dizem que as árvores não veem.
Mas olham para tudo durante horas.

Dizem que dizem
Mas não dizem nada.
As árvores são nossas amigas,
Irmãs para alguns.

Nascem, crescem e morrem.
São iguais a nós.
O que nos difere
É que elas ajudam toda a gente…
Mesmo quem não merece.
Dizem…

Rosa Vermelha



"Se o fizeres, eu fá-lo-ei também"

Ela disse isso e eu parei.
Graças a ela eu parei.
Saudades, mas medo de copiar.

Durante sorrisos, sofri.
Ninguém sabe.
Ela não é todos, ela não é de todos
Ela é apenas a Ninguém!
A que me ajudou,
A que me ajuda e que me ajudará!
E ela é a que me fez parar,
com apenas uma frase:
"Se o fizeres, eu fá-lo-ei também"

A dos óculos



Aceitar que estamos errados

Avançar sem sair do lugar

Ultrapassar a tristeza e viver a felicidade

Subir sem ajudas, apenas com o esforço

Tropeçar e levantar, desviar e ultrapassar

Recordar momentos e revivê-los

Sonhar e concretizar

Caminhar sobre a vida e sorrir de orgulho!


A dos óculos




Nada

Eu não existo
VAZIO
O espaço entre nós
VAZIO
A nossa existencia
VAZIO
A minha importância
VAZIO
O nosso contacto
VAZIO
O cheiro
VAZIO
O som
VAZIO


Será que estou cega por ti?

A dos óculos




Loop infinito
A vida é um loop que se repete

Seja animal...
Seja vejetal...
Seja amorosa,
ou até mesmo pessoal!

Continuarei a dizer que coração é batido,
coração não curado
coração magoado!

E se este vazio continuar,
não sei se vou aguentar...
Chegar ao ponto de me diferenciar...
Ou até mesmo...
Ou até mesmo...
Me...
Me!
Me ter arrependido de ter vivido
De ter nascido
De ter sofrido por quem não me merece
De ter desaparecido por quem não me merece...

Mas ainda assim, não desisti.

Pois a vida é um loop infinito,
e a minha ainda não acabou!
Coloquei o sorriso nos lábios,
e prossegui, esta ida que ainda não acabou!


A dos óculos





15ª sessão



EU
Eu…
Alguém que nasceu em mim involuntariamente.
Alguém cuja personalidade muda.
Alguém que se esconde, com medo dos outros.
Eu…
O “eu” onde há muitos sentimentos e atitudes.
Por vezes chora, por vezes ri.
Por vezes grita, por vezes sorri.
Eu…
O “eu” que me domina e não posso controlar.
Eu…
Alguém que está comigo e não posso afastar.

Rosa Vermelha




“EU”

Eu, um raio de sol que encontrou a mais bela planta.
Eu, uma formiga que quer ser ciclópica.
Eu, o questionador de questões questionadas.
Eu, uma alma curiosa que sangra quando não encontra uma resposta.
Eu, o rei de nada e o escravo de tudo.
Eu, um oceano de pensamentos que velejam para o desconhecido.
Eu, uma alma que chora quando um amigo encontra a tristeza.
Eu sou um eu desconhecido pelo meu eu.

Christian Eriksen




 Eu



Ali está uma borboleta bonita, colorida, azul, amarela, verde… mas só transparece a sua cor verdadeira, que ninguém sabe qual é, nem ela. Ela é pequenina, mas tem o sonho de voar sobre todo o mundo, adora a liberdade, e não tem medo das dificuldades no seu caminho.
Ela não tem a força de um trovão, tem o coração que transborda pelos outros.
Ela é um poço de dor e amargura. Mas transforma-se no alívio e na serenidade depois do casulo que a aprisiona.
Brilha de leveza e de liberdade.
Ela... sou Eu!

 Flor Mágica